No último domingo, participei de um encontro virtual internacional de psicoterapeutas da Abordagem Centrada na Pessoa. Participaram um japonês, um russo, um britânico, um americano, três mexicanos, acho que três argentinos e dois brasileiros, inclusive eu.
Perguntei ao psicoterapeuta japonês chamado Kazuo por que o fenômeno Hikikomori no Japão é tão significativo. Ele respondeu que não há consenso entre os especialistas sobre o motivo, mas em sua avaliação de sua prática, é porque a troca emocional entre mãe e filho não está indo bem na sociedade japonesa atual. No entanto, ele não culpa as mães, pois sempre se impressiona com o esforço das mães em fazer o melhor para melhorar a vida familiar. Ele tenta apoiar essas mães.
Ele disse que com a modernização e mudança na forma de cuidar dos filhos no Japão, reduziu o tempo gasto e o contato físico, pele a pele, das mães com seus bebês. O menor contato gerou mais insegurança nas crianças. Assim, quando as crianças estão iniciando a vida escolar, elas ficam muito assustadas e muitas vezes apresentam sintomas psicossomáticos como: dor de estômago, dor de cabeça, diarréia e outros que os levam a faltar às aulas. Dessa forma, estabelece-se um padrão até a adolescência e a vida adulta.
Acrescento consequentemente essas crianças se tornam adultos introspectivos presos no mundo digital que não saem de seus quartos, não têm vida social e não trabalham. Esse fenômeno, chamado pela palavra japonesa de Hikikomori, ocorre em muitos países e é terrível e preocupante.
Muito obrigado Kazuo por apoiar e até escrever parte deste texto, você é como um coautor!